quinta-feira, abril 18, 2013

Preparador Físico do São Paulo dá a sua versão dos fatos.

              Os site PELEIA FC é um espaço democrático. O Preparador Físico do São Paulo, de Rio Grande, Ricardo Costa procurou nossa reportagem para dar a sua versão dos fatos publicados na súmula do jogo Riopardense 3x2 São Paulo, onde seu nome foi citado nos incidente. Confira na Integra a Nota de Ricardo Costa:


            As observações da súmula do jogo Riopardense 3 x 2 São Paulo, realizado dia 14 de abril, no Estádio Amaro Cassep são imprecisas e carregadas de má fé contra o meu clube, e principalmente contra mim.
              Em relação ao SC São Paulo eu não respondo, isso será feito pelo departamento jurídico do clube, mas sobre a minha atuação neste jogo e nos 20 anos de futebol eu tenho toda a legitimidade, tranqüilidade e principalmente a necessidade de apresentar os fatos como aconteceram.
              Antes de tudo preciso dizer que jamais cumpri qualquer tipo de punição civil ou esportiva de qualquer natureza. É estranho o conjunto de acusações imputadas contra mim pelo árbitro Marcelo Cavalheiro Pereira, mas todas elas originadas pelo seu assistente Sr. Antonio Cezar Domingues Padilha.

Considerando que:
           1º O assistente Sr. Antonio Cezar Domingues Padilha chegou atrasado ao estádio. A porta do vestiário da arbitragem estava trancada, já era quase 15h. O árbitro, o outro assistente e o quarto árbitro estavam no campo, já fazendo a vistoria nas redes, mesmo sem a presença do assistente nº1. A delegada da FGF solicitou que ele ingressasse no estádio pelo nosso vestiário, passando entre nossos jogadores, comissão e dirigentes do São Paulo. Embora tenhamos estranhado este fato inusitado, ficamos ainda mais surpresos com sua reação. Ao cruzar o recinto ele esbravejou “Isso é uma várzea”. Lamentável expressão dita por alguém que foi dirigir um jogo e que estava no local em que os atletas estavam se preparando para começar o aquecimento. Iniciou à tarde com má vontade e desprezo ao Riopardense, Se tivesse chegado antes ao estádio não teria passado por isso. Porquê o assistente chegou depois dos outros árbitros se eles devem se apresentar juntos no estádio? Isso não consta do relato da súmula.
           2º Antes de iniciar a partida o assistente foi com a delegada da FGF no nosso banco de reservas, que por sinal é realmente isso, um “banco de madeira” a frente do pavilhão social e ao lado de uma tela que separa a arquibancada de entrada do estádio. Pressão física, psicológica e nenhum tipo de proteção contra qualquer objeto, cusparada ou ofensa do torcedor.  Nesse momento o Sr. Antonio Padilha falou bem claro e alto que : ”Eu sou chato”. Todos os reservas e jornalistas que estavam no local acharam a declaração inusitada, surpreendente, afinal se vangloriar e chamar para si o rótulo de chato não é algo comum, mas nesse caso é revelador;
          3º O jogo começou e numa jogada, aos 4 minutos, envolvendo nosso atleta Fabiano Diniz e o Nenesto(RP) armou-se um tumulto. Atletas do Rio Pardense ameaçaram o Fabiano no chão, o goleiro Vandré saiu do gol até o outro lado do gramado e também de dedo em riste ameaçou nosso atleta, mas quem foi expulso no lance foi o Emerson Dantas que apenas protegeu o colega que estava deitado, portanto indefeso. Mesmo com o árbitro Marcelo Pereira próximo ao lance e não sendo no seu lado do campo o assistente Antonio Cezar “soprou” no ouvido do árbitro para expulsar o Dantas;
        4º Mesmo com um a menos o São Paulo seguiu jogando de forma organizada e disciplinada, condiçou que levou o time a conquistar 10 pontos em 12 disputados, ser o líder geral da competição e ter o melhor ataque. Numa jogada rápida, a partir de uma cobrança de lateral,  Ale Menezes deixou o Aylon na frente do goleiro Vandré e este empurrou para o fundo das redes. Estranhamente o assistente Antonio Cezar não correu para o meio campo como deve fazer. Ficou no meio do caminho, a frente da torcida do São Paulo e fez gestos com a mão esquerda para a torcida. 

                                                    Esta imagem foi captada do vídeo

             Logo a seguir ele solicita a presença da Brigada para protegê-lo. Se os policiais estiveram ali durante todo o jogo e não interromperam a partida ou até mesmo retiraram os torcedores, é porque exceto por gritos, cânticos e sussurros nada de anormal ou atípico de um campo de futebol aconteceu. Tudo foi criado e alimentado pelos devaneios do assistente. As pedras que estavam no campo foram colocadas dentro do campo a pedido da Brigada;
                5º No final do jogo após um carrinho frontal o atleta do São Paulo, Carlos Farias, realizou um “carrinho” na bola, jogada permitida pela regra do futebol, proibida no futsal, mas permitida principalmente no futebol gaúcho. O árbitro Marcelo, que estava próximo ao lance não marcou nada, a jogada seguiu, mas o mesmo assistente que teve enorme preguiça de correr até o meio na hora do gol do São Paulo, mas que foi ágil e decidido para ir até o outro lado do campo e pedir a expulsão do Dantas aos 4 minutos, nesse lance fez tremular sua bandeira para que o árbitro marcasse a penalidade máxima, algo que poderíamos considerar somente como jogo perigoso, ou seja, tiro livre indireto, mas ele não teve dúvida, diferentemente do árbitro que não interpretou assim o lance, mas seguiu seu auxiliar, algo fatal e irreparável naquele momento.
             Logo a seguir nossos jogadores foram para cima da arbitragem e eu, como professor, antes de tudo e profissional de futebol com conhecimento de regras, regulamentos e disposições, entrei no gramado para que mais jogadores não fossem expulsos para o próximo jogo e o resto da competição e ao mesmo tempo tentei demovê-lo daquela decisão equivocada. Talvez seja a única infração cometida por mim, afinal pela regra não posso invadir o campo e reconheço este erro.
            Em nenhum momento eu disse qualquer tipo de palavrão ou qualquer palavra ofensiva a qualquer um deles, até porque não os conheço pessoalmente, e isso não está ou estava em julgamento, não tenho este direito, eles estão ali para dirigir o jogo e interpretar as regras, tenho maior respeito pela função, já estudei com vários deles, já contratei e contrato-os para eventos esportivos que organizo, mas também tenho o dever de defender o meu clube, o meu trabalho, que não começa e termina naquele momento. Treinamos horas e mais horas no calor, no frio, na chuva, faço cálculos, cuida da preparação física, do repouso, da alimentação, da motivação dos atletas e não estou ali por estar. Tenho uma faculdade de educação física, 20 anos de profissão, estágios em grandes clubes, uma classificação para uma competição maior e por isso, talvez, a indignação e resignação sejam maiores.
           Não agredi o Sr. Antonio Cezar em nenhum momento. Mesmo assim fui informado pelo árbitro que eu estava excluído do jogo. Não fui retirado pela Brigada, sai caminhando sozinho para o vestiário, sei que isso é considerado pelo TJD, falei calmamente com o Marcelo mais uma vez, mas sentindo que não teria êxito em demovê-lo da sua decisão, ainda conversei com atleta Paulo Henrique do Riopardense, com os gandulas, com o goleiro Vandré e fui para vestiário. Depois de 20 minutos de conversa e indecisão da arbitragem não havia mais nada para argumentar. Se tivesse feito tudo que ele relatou na súmula eu teria sido “preso” pela Brigada e eles apenas pediram para que eu saísse. Mais um desatino do assistente. Se ele alega que eu gerei o tumulto e este episódio demorou 28 minutos com a minha saída estaria tudo resolvido, mas na verdade a decisão da cobrança do pênalti não estava tomada.
             6º Antes da cobrança do pênalti o assistente trocou o lado de atuação, mesmo sendo assistente nº1 e mesmo com a segurança da Brigada Militar. Isso derruba seu argumento que a torcida do São Paulo estivesse jogando pedras nele. Pela proximidade e pela quantidade de pedras, que estavam no campo por solicitação da Brigada e que ele de soslaio, sorrateiramente fotografou com seu smartphone, para imputar culpa a torcida rubro-verde, se elas realmente fossem jogadas nele, ele estaria mutilado e isso não aconteceu. Trocando de lado ele passou a atuar próximo ao vestiário, que citado por ele mesmo não tinha chave e também ele estava à frente de um grupo de torcedores do Riopardense que ingressaram no estádio nos minutos finais por um portão próximo ao nosso vestiário (temos vídeo que será brevemente divulgado) e que jogaram objetos no gramado para que após a cobrança do pênalti o atleta Paulo Henrique (ele ajeitou a bola com o braço após o rebote do nosso goleiro, mais um erro da arbitragem, não observada) o jogo fosse finalizado antes da realização dos minutos acrescidos ao tempo normal de jogo.
           Para minha surpresa ele citou na súmula que eu fui responsável também por esta agressão e ainda por acertar a policial. Talvez seja por isso que a minha identidade profissional tenha ficado retida por eles da arbitragem, afinal eu era o único profissional registrado e com a identidade do conselho para que ele pudesse fazer uma ocorrência. Mas não é assim que se faz Meu documento ficou retido com eles e entregue depois por um funcionário do Riopardense para um atleta do São Paulo fora do estádio. Reter documento de identidade é crime, e isso foi cometido por eles, afinal nosso gerente de futebol apresenta este documento antes dos jogos.
           É uma clara irresponsabilidade deles ao imputar a um profissional a culpa de diversas ações que eles não tiveram capacidade de evitar e muito menos identificar os atores dessas ocorrências.
           É esperado de uma corporação militar que faz vistoria nos estádios, zela pela segurança dos torcedores e profissionais envolvidos no evento, que se preocupa com incêndio e evacuação do estádio na hora dos conflitos, que também se prepare para realização de jogos com uma ou mais torcidas, afinal o esporte, sobretudo o futebol´, que é esporte de massa, sua finalidade é receber a maior quantidade de pessoas e que estas vivam em harmonia, paz e voltem para suas casas em perfeita integridade física e mental.
              O que eu observei no Estádio Amaro Cassep foi que a Brigada não esperava a quantidade de pessoas e não tinha plano de contingência. A expectativa era de ter apenas torcedores locais, em pequeno número, embora a presença dos torcedores do São Paulo já fosse notada na manhã de domingo na cidade e principalmente na frente do estádio.
                   A arbitragem por sua vez foi insegura, imprecisa e agiu de forma irregular não conduziu o jogo para evitar tudo o que aconteceu. Não agradou nem mesmo o mandante que venceu o jogo. Relatou na súmula que o vestiário estava “em condições precárias”, mas, porém, assinalou também que ele era “regular” no campo próprio de avaliação.
                   Para quem for bom observador, seja ele integrante do TJD ou qualquer outro desportista, não é difícil de concluir que o assistente Antonio César interferiu e prejudicou a atuação geral da arbitragem deste jogo, acusou levianamente um profissional graduado e registrado profissionalmente para atuar no futebol, com zero de antecedentes e que vai saber se defender da forma correta, justa e legal quando citado pelo TJD da Federação Gaúcha de Futebol.
               Com relação à policial não há nenhuma chance de eu ter feito nada contra ela.  Fomos tratados com educação por ela, que nada tem haver com os episódios de campo, e mesmo que tivesse sou contra violência, principalmente contra mulher, pois isso é algo repugnante. Se eu ou algum de nós tivessem realmente feito algo contra ela nós teríamos que ter explicado ao Comandante, mas ela e seus colegas sabem que quem agiu errado nessa história, e com a presença de várias testemunhas, não fomos nós. Se ela quiser levar adiante esta queixa saberemos esclarecer tudo o que ocorreu contra nós contribuintes do Estado. 
            Por fim agradeço o espaço e também a atenção a minha resposta, que têm por finalidade esclarecer o conjunto de acusações caluniosas feitas pelo árbitro Marcelo, mas originadas pelo seu Assistente Antonio Cezar Domingues Padilha, que de forma irresponsável e injustificada escolheu um domingo para contrariar a lógica e o bom senso.

Ricardo Costa da Cunha
Preparador Físico do Sport Club São Paulo


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