terça-feira, outubro 22, 2013

Após Renato Gaúcho chamar repórter de colorado, ACEG emite nota

               O cronista esportivo não cai de pára-quedas nessa editoria. Quem opta por trabalhar no esporte, e batalha para chegar lá, faz porque gosta de futebol. E todo mundo que gosta de futebol, acompanha o esporte desde criança, na maioria das vezes levado pelo pai. Mas entre o final da infância e início da adolescência que se escolhe o time do coração. Muito antes de se optar pela crônica esportiva.
             É claro que fiz o parágrafo acima para dizer que todos nós somos torcedores de um time. Uns mais, outros menos, mas todos nutrimos um sentimento por um clube de futebol. E não é isso que vai definir se seremos bons ou maus profissionais. Quem diz o quão bom cronistas seremos é o nosso próprio profissionalismo. E ser bom no jornalismo esportivo passa por muitos aspectos.
            O cronista esportivo que vence na profissão, é aquele que utiliza o seu espaço para desempenhar o jornalismo na sua plenitude, relatando fatos, buscando as diversas faces de um mesmo tema, instigando o debate. A polêmica, bem ou mal, faz parte da crônica esportiva desde os primórdios até hoje em dia. E isso não significa que quem faz a polêmica, esteja movido por uma paixão clubística. Longe disso.
            Se não estivéssemos vivendo momentos de rivalidade extrema, onde qualquer tipo de provocação é o estopim para brigas e discussões, não haveria nenhum problema para os cronistas revelarem seu time de preferência. Eu, por exemplo, filho do seu Lourenço, um grande torcedor do Internacional, revelei ser torcedor gremista em 1997 e segui trabalhando com o máximo respeito por todos os clubes que tinha a missão de acompanhar. Pode ser um caso isolado, mas é um caso e um risco que assumi, afinal, trabalhei no Grêmio e voltei a trabalhar em veículo, agora na Rádio Bandeirantes. Acima de tudo, está a segurança dos profissionais. Se nas mais variadas crises dos clubes, a culpa normalmente recai sobre a imprensa, imagine se os profissionais de comunicação esportiva divulgassem suas preferências clubísticas.
            Insinuar que um cronista é gremista ou colorado e, a partir disso, julgar o seu trabalho, é colocar em dúvida o profissionalismo de alguém que se preparou para estar naquela situação. É deixar de ver que, além de um profissional, está um ser humano que dedica os seus dias, feriados, finais de semana, para levar a informação a milhões de torcedores apaixonados, muitas vezes abdicando de momentos ao lado de familiares e amigos.
           Na condição de presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, prezo pelo bom relacionamento entre profissionais do futebol e os cronistas no dia a dia. Que todos sejam avaliados e julgados pelo seu trabalho, dentro ou fora de campo. Que o caso do técnico Renato Portalupi com o cronista Luis Henrique Benfica, há 26 anos setorista do Grêmio, se resolva da melhor maneira, havendo o respeito mútuo, o que engrandece o clube e a crônica esportiva. Lamento que tenhamos chegado a este ponto no convívio diário. Mas torço para que o respeito prevaleça em todas as relações.

Haroldo Santos
Presidente
Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos

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